Nome: Blood Will Tell: Tezuka Osamu's Dororo
Plataforma: PS2
Gênero: Hack n' Slash
Desenvolvedora: Sega / Sega Red
Os 48 Fiends, demônios supremos que governavam o Japão, ofereceram a um homem chamado Daigo poder supremo, em troca do seu filho primogênito. Cada um dos 48 Fiends rouba uma parte do corpo da criança e o pai, aterrorizado, o coloca em uma cestinha e o envia rio abaixo. Um velho mestre acha o garoto, constrói um corpo artificial para ele, e o batiza: Hyakkimaru. Agora crescido, Hyakki, com a ajuda da ladra Dororo, deve enfrentar e derrotar os 48 fiends e recuperar seu corpo!
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Hyakkimaru contra um dos 48 Fiends. |
Com essa premissa bizarra mas emocionante, Blood Will Tell começa. O jogo é um Hack n' Slash meio genérico, aos moldes de algum Dynasty Warriors/Devil May Cry da vida. Você controla o samurai Hyakkimaru, que conta com um vasto arsenal: espadas normais, duas espadas que ficam "embutidas" nos braços dele, uma metralhadora no braço, e um canhão na perna, além de ataques especiais. A pirralha Dororo te segue quase o tempo todo, jogando pedras e outros objetos nos inimigos, e você também joga com ela, nas partes mais enjoadas do jogo.
Hyakki anda pelo Japão feudal, resolvendo conflitos e massacrando os Fiends em troca de partes do corpo. O legal é que cada parte é diferente e tem um efeito próprio, e as mais importantes ainda vem com uma CG interessante de quebra. Por exemplo, recuperar o Fígado melhora seu HP e seu Metabolism (que é a quantidade de hp recuperada com itens), a perna direita te deixa mais ágil, e o Nariz te deixa detectar Fiends por uma vibração no controle. Cada Fiend dá uma parte diferente, e cada Fiend em si é bem diferente dos outros, com apenas alguns pallete swaps e tal.
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Hyakki tem alguns especiais legais na manga. |
As boss battles são a melhor parte do jogo, de longe. Cada chefe, até os de pallete swap, tem seu próprio conjunto de movimentos, e cada luta requer uma estratégia diferente. Ok, a maioria das batalhas se resume a pular e atacar, mas o jeito que você pula e ataca é sempre diferente. O jogo ainda tem alguns chefes humanos, que são divertidos, e nesses o seu objetivo é desviar dos ataques e atacar pelas costas, o que pode ser bem difícil.
A história é dividida em 7 capítulos, e um oitavo que abre quando você acha todas as partes dos Fiends. Os capítulos são pequenos e bem estruturados, e cada um contém áreas totalmente diferentes para explorar. Os cenários tendem a ficar cansativos, e o jogo em si é muito marrom e sombrio demais, mas não é nada que realmente atrapalhe sua diversão. Os cenários são grandes e, apesar de poderem ser lineares, eles recompensam sua exploração com espadas e magias novas pra usar. A parte que eu menos gostei do jogo todo foi a Dororo (sim, ela é menina). Jogar com ela é um saco, ela é pouco útil como aliada, e a história sempre arranja um jeito de separar os dois personagens pra te fazer jogar com ela. Lamentável.
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Slice Mode, onde você descarrega vários ataques em rápida sequência. Segure triângulo para usar. |
Bem, como quase qualquer jogo, Blood Will Tell não é sem falhas. Os inimigos normais são meio genéricos, e palette swap rola solto; a câmera atrapalha e muito, principalmente quando resolve ficar travada na sua cara, e a trilha sonora, apesar de ter alguns tons legais inspirados em música tradicional japonesa, é pouco memorável. O voice casting é bem interessante, principalmente o do Hyakki, mas a voz da Dororo é horrivelmente irritante (já percebeu que tudo que tem de errado nesse jogo é culpa dela?). Além de tudo, os gráficos são bem meia-boca, e as texturas são bem fraquinhas e sem sal.
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Apesar dos gráficos feinhos, os efeitos são legais. |
Em conclusão, Blood Will Tell é um jogo que, se você conseguir ignorar as partes fracas, torna-se muito legal, memorável e viciante. Além de tudo, ainda é longo, com umas 18 horas de jogo pra pegar todas as body parts. Recomendado para quem procura uma experiência mais bizarra.
NOTA: 7.8/10
Cara, eu nem imaginava q esse jogo fosse tão manero. As batalhas contras os fiends sao empolgantes. Os combos do hyakki sao devastadores e os desafios da dororo valem a pena, pois ajudam a raciocinar melhor nas situacoes difíceis como sair de labirintos e solucionar puzzles.