Nome: Rule of Rose
Plataforma: PS2
Gênero: Survival Horror
Desenvolvedora: Punchline Inc/Shikigami/Atlus
Oh, pobre garota. Pobre garota, infeliz e sem sorte. Sozinha, sozinha no mundo, sozinha de tudo. E com medo. Onde estará seu melhor amigo? Será que ele ainda existe? Ninguém gosta de você, nem seu melhor amigo. Pobre garota, infeliz e sem sorte.
The Red Crayon Aristocrats. Você ainda vai odiar esse trio. |
Rule of Rose é um survival horror um tanto estranho, no mínimo. Lançado pela Atlus em 2006, este jogo conta a história de Jennifer, uma menina triste e tímida que, após descer de um ônibus no meio da noite seguindo um menino estranho, acaba parando em um orfanato bizarro. Crianças com capuz riem e fogem do seu campo de visão enquanto você explora o lugar, e você encontra os Red Crayon Aristocrats - um grupo de meninas sádicas e estranhas. A partir daí, o jogo vira um mindfuck imenso.
O estilo de jogo de Rule of Rose é bem parecido com Silent Hill 3, por exemplo. Você controla Jennifer e seu inseparável cão Brown, e deve vasculhar o orfanato (e, subsequentemente, um dirigível e outros lugares) em busca de pistas, itens e chaves para abrir outras áreas. Além da exploração, você ainda soluciona alguns poucos puzzles, e combate outros poucos monstros estranhos e pálidos.
Os inimigos são pequenos e numerosos. |
Combate realmente não é o forte da Jennifer. Ela é quase completamente incapaz de mirar nos inimigos e, apesar dos inimigos serem combatentes tão incompetentes quanto ela, a barra de HP dela é mínima, e por qualquer coisinha ela já sai mancando e acaba com suas chances de sobrevivência. Você ainda conta com a ajuda do cão Brown, mas o máximo que ele faz é latir e distrair os inimigos. Correr costuma ser a melhor (e única) alternativa, já que os inimigos nanicos tendem a aparecer de 20 em 20 nos corredores.
Jennifer vagará bastante pelos cenários, coletando itens e dando coisas pro Brown (seu cachorro) cheirar. Com os itens certos, ele pode localizar com o olfato o próximo local onde você tem que ir. Isso tira grande parte da dificuldade do jogo, mas é um mal que vem pra bem, já que vagar pelos corredores fica bem entediante.
Jennifer, cercada por criaturas incompetentes. |
Bem, até agora eu suponho que Rule of Rose parece uma tranqueira difícil de engolir, não? Bem, se fosse depender somente do gameplay, certamente seria, já que a graça de explorar e lutar some muito, muito rápido. Mas felizmente, não depende.
A apresentação do jogo é simplesmente incrível. Desde a trilha sonora orquestrada e quase totalmente composta de violinos melódicos à narração com cara de filme mudo, as primeiras horas do jogo são espetaculares e surpreendentes, no sentido de apresentação. Jennifer é uma heroína meio sem sal, mas todas as 'antagonistas' da Red Crayon Aristocrats tem personalidades legais e interessantes de serem exploradas. As localidades são sombrias e desleixadas, mas tem um ar retro muito interessante, que encaixa no tema do jogo.
O covil dos Aristocrats. |
Os gráficos são muito bonitos, especialmente para um jogo de Playstation 2. Jennifer e principalmente Brown são muito realistas e interessantes, e os cenários são extremamente detalhados e exploráveis. As cores do jogo tendem ao marrom, o que já é esperado pelo próprio gênero, mas um film grain bem feito deixa tudo com cara de sépia, tirando um pouco do cansaço visual da coisa.
A história, bem... a história é um WTF completo. Mesmo após zerar, sem ler um plot summary eu não entendi absolutamente p***a nenhuma da história. É tudo uma grande massa de simbolismo e situações inexplicáveis que é difícil extrair uma história coerente de tudo, mas a própria obscuridade da storyline é parte do charme de Rule of Rose.
Rose Garden Orphanag, o lugar menos pior do jogo. Mesmo assim... |
Eu não sei exatamente se vou recomendar Rule of Rose ou não. A história e a apresentação são realmente muito legais, obscuras e dão incentivo pra prosseguir a história, mas o jogo é barrado por combates frustrantes, caminhadas ridiculamente repetitivas, e itens importantes que podem ser perdidos sem que você faça a mínima ideia de que eles sequer existem. Como o jogo tem mais de 8 horas em uma primeira playthrough, cabe a você decidir se vale aguentar 8 horas de gameplay entediante em troca de uma história empolgante e uma trilha sonora bonita.
PONTUAÇÃO:
Gráficos: 8.5
Som: 8
História: 9
Gameplay: 3.5
Fator Replay: 4
Dificuldade: 6
Nexo: 0
NOTA: 6.3/10
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