Spyro: Enter the Dragonfly



Nome: Spyro: Enter the Dragonfly
Plataforma: PS2, Gamecube
Gênero: Platformer, Adventure
Desenvolvedora: Equinoxe//Check Six
Versão Jogada: PS2

Logo após os eventos de Year of the Dragon, uma grande cerimônia é preparada na terra dos dragões - a cerimônia de entrega das Dragonflies para os dragões bebês, que os protegerão e darão conselhos até os dragões crescerem. Mas o malvado Ripto volta das profundezas, com seus aliados Crush e Gulp, e espalha as Dragonflies pelos mundos dos dragões, tornando-os indefesos, e cabe a Spyro - mais uma vez - salvar o dia!




Os cenários podem até serem bonitos, mas são completamente sem vida.

Spyro: Enter the Dragonfly é o quarto capítulo da série Spyro, o primeiro no Playstation 2 e o primeiro a não ser produzido pela Insomniac. Devo dizer que fui completamente na expectativa sobre EtD - jogava Spyro desde pequeno e nunca tive a chance de jogar esse aqui. E que bela decepção.

Você controla o titular Spyro, que deve novamente vagar pelos Dragon Realms, coletando gems e Dragonflies, que substituem os Eggs e Orbs dos jogos anteriores. Mas não espere que será tudo moleza - as Dragonflies ativamente fogem de você, e você deve capturá-las com a Bubble Breath, um novo ataque do Spyro que cospe água. Se você tinha que resgatar as Dragonflies, por quê você tem que perseguir elas mesmo? O jogo tenta consertar isso, dizendo que elas são extremamente tímidas, mas isso não explica por que elas ficam te insultando o tempo todo. Hm.

É difícil apontar tudo que tem de errado nessa foto.

Pois bem, Bubble Breath. Spyro conta com alguns ataques novos, além dos de sempre: ele pode cuspir fogo, água, gelo e eletricidade, e estes Breaths novos são usados em puzzles durante o jogo, além de um Wing Shield, que rebate projéteis e é usado impressionantes 01 vezes durante o jogo todo. A movimentação do dragão pelo menos é fácil e mais balanceada do que nos jogos anteriores, mas, infelizmente, as partes boas acabam por aqui.

Logo de cara o jogo já te impressiona. Depois de uns 30 segundos de loading, você é tratado com uma cutscene de qualidade discutível, e percebe que os modelos de personagem estão estranhamente 'lavados' e brilhantes. Depois do voice-acting inconsistente, você cai direto no jogo - depois de mais um loading. Sparx te para a cada 5 segundos para explicar alguma coisa óbvia, e finalmente você fica livre para vagar pelos Dragon Realms. E é aí que as coisas vão pro inferno digital de vez.

As Speedways estão de volta. Note os gráficos pouco inspirados.

Dizer que o jogo roda a 25 FPS é um elogio. A maioria das letras do jogo é borrada ao ponto de ser quase ilegível, a câmera pula inconsistentemente toda vez que tenta virar, e dar um headbutt é um martírio, já que o jogo fica tão lento que é dificil manter um caminho reto - sorte que não tem mais perseguição de Thief em alta velocidade. Sparx(que é seu medidor de HP e ajuda a pegar gems)também tem atenção seletiva, hora pega gems a vários metros de distância, hora ignora outras que já estão no seu pé. O jogo também é entupido de glitches visuais, tornando gems, caixas e até inimigos invisíveis em algumas situações, além de sumir com pedaços inteiros de fases e tornar alguns puzzles impossíveis de completar até que você saia e entre novamente da fase em questão.

Bem, nem tudo é masoquismo aqui. Os modelos de personagem são bons, e os cenários são coloridos e tem tudo para serem lindos, mas falta textura nas coisas, e dá pra se notar uma falta de detalhamento em quase tudo. Dá pra se ver que, enquanto algumas áreas do jogo foram ignoradas, outras receberam muita atenção a ponto de parecer showcase, ainda mais no começo do jogo - por exemplo, passar sobre pétalas no chão faz elas subirem com o impulso, e a água agora tem textura e se movimenta quando você cai nela, mesmo que o efeito final pareça mais teste de estagiário do que produto acabado. As fases também são uma salada mista: algumas são totalmente excelentes e dignas de aparecer em um Spyro(como Monkey Monastery e Cloud 9) e outras são uma maratona de resistência, para ver até onde você consegue combater o tédio(como Honey Marsh).

Monkey Monastery, uma das poucas fases decentes.

A estrutura das fases é reminiscente dos jogos anteriores, particularmente Spyro 3: você acessa as fases separadas por um hub(Dragon Realms), e dentro dessa fase tem várias outras mini-fases separadas por portais. Mas não é só a estrutura que é parecida, os próprios desafios são quase extraídos bit por bit dos jogos anteriores. Correr para destruir alvos sob um tempo é corriqueiro, e você controlará outros veículos para fazer pequenas missões, como um avião Spitfire, além das speedways - que contam com os mesmos desafios de sempre, corrida e time attack. Além disso, Monkey Monastery(que é sem dúvida o ponto alto do jogo) é pequenina e divertida, mas lembra muito Icy Peaks e Bentley's Outpost, inclusive contando com um cameo do filho do Bentley de Year of the Dragon, Bartholomew. Gelo escorregadio? Fogos de artifício? Canhões estacionários? Abutres? Check.

O 'pobre' Moneybags também foi empurrado para um cargo medíocre em Enter the Dragonfly. Ele só aparece na primeira fase, cobrando míseras 200 gems para abrir o caminho, e é veementemente esquecido por todo o resto do jogo, como uma feature que ninguém lembrou de usar... exatamente como o Wing Shield. Bem, essa tralha toda que chamaram de Spyro 4 pelo menos tem uma explicação plausível - o jogo supostamente era pra ser caprichado, com Ripto e Gnasty Gnorc como vilões, 120 Dragonflies, mais de 25 fases espalhadas em vários mundos, sem glitches nem slowdown... mas o jogo foi empurrado porta afora por decisões executivas, para sair à tempo do natal. Faz sentido, mas não redime o jogo.

Voe, Spyro, pra longe desse maldito jogo!

A trilha sonora é um dos pontos onde o jogo realmente brilha. Composta por Stewart Copeland, baterista da banda The Police e compositor da trilogia original, a trilha sonora é tão empolgante e mágica quanto era de se esperar. Batidas leves e harmoniosas ecoam pelas fases, às vezes sobrepostas por toques sombrios nas fases adequadas, e contem até partes vocalizadas em algumas músicas. Esses vocais são bem legais, mas ficam cansativos após um tempo, como em Oasis Speedway. As vozes acertam e erram: as vozes que foram mantidas são excelentes e carismáticas, mas alguns dos novos voice actors são tão ruins que dão medo.

Spyro: Enter the Dragonfly é decepção em forma de DVD. Falhando horrivelmente ao prover uma continuação decente para uma trilogia de sucesso, EtD cimentou as sequels de Spyro no fundo do poço - e de lá não sairam até hoje. Com algumas boas idéias completamente ofuscadas por apresentação abismal, gráficos neutros, framerate inconsistente, longevidade ridícula(com apenas um mundo e 9 fases) e desafios repetidos e sem impacto, Spyro 4 é um jogo que podia ser, mas definitivamente não foi. Eu joguei EtD até o final, mas não por motivação ou curiosidade, e sim por insistência de querer zerar os jogos clássicos do Spyro.


PONTUAÇÃO:

Gráficos: 6
Som: 9
História: 4
Gameplay: 4
Fator Replay: 3
Dificuldade: 2
Aparentemente completo: 30%


NOTA: 3.8/10

1 comentários:

  1. Djtrak33 disse...:

    Voe Spyro para queimar os c*s dos caras que fizeram esse jogo

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