Nome: Deadly Premonition
Plataforma: Xbox 360, PS3(só no Japão, com o nome Red Seeds Profile)
Gênero: Survival Horror, Action, Sandbox
Desenvolvedora: Access Games//Ignition Software
"Hmm, aquelas cadelinhas do FBI estão me mandando pra outra cidade no umbigo do mundo de novo. Parece que é outro daqueles assassinatos misteriosos; uma tal de Anna Graham foi encontrada morta e amarrada numa árvore, e o pior: encontraram sementes vermelhas dentro dela. Lembra do caso das sementes? <acende cigarro> Parece que não vamos ter muito tempo para turismo aqui. Se o assassino for quem eu estou pensando, teremos que agir rápido. Certo, Zach?"
Francis York Morgan é um cara estiloso. |
Deadly Premonition(Red Seeds Profile no Japão) é uma obra de arte do mestre Hidetaka Swehiro(a.k.a Swery65), uma mistura de Resident Evil 5, Silent Hill e Grand Theft Auto que, por incrível que pareça, dá certo. Você controla Francis York Morgan ("Call me York, it's what everyone else calls me."), um detetive do FBI especializado em serial killers. O controle é muito parecido com RE5; câmera fixa nas costas, segurar RT para mirar e poder atacar. Uma das grandes novidades do jogo é poder andar pela cidade de Greenvale(que é enorme por sinal) livremente para prosseguir sua investigação. Você pode dirigir carros de polícia, ou comprar seu próprio carro no ferro velho.
Inimigos andando de costas! AAAAAAAAAAAA~ |
O principal inimigo do jogo é Raincoat Killer, um serial killer com uma capa de chuva vermelha e um machado de bombeiro. Em algumas áreas de investigação, York vai para o Otherworld, uma versão distorcida do lugar real, populada por Shadows: humanóides sem olhos que se movem em posições absurdas e tentam te matar enfiando seus braços inteiros dentro da sua boca(for real). Pareceu Silent Hill? Pois é. O Raincoat Killer aparece em alguns momentos, geralmente envolvendo um quick time event pra você se salvar, ou nos casos mais legais, uma fuga bem tensa, com a câmera dividida em duas. Os Shadows em geral são fáceis, pelo menos até o ponto em que eles começam a ganhar armas de fogo: a pistola inicial do York tem munição infinita e causa um dano considerável, mas você consegue outras armas infinitas mais pra frente, facilitando seu serviço.
Mão na boca pode, Arnaldo? |
Nas fases de investigação, você deve achar evidências que te dão uma idéia do que aconteceu naquele lugar, eventualmente abrindo um video borrado que "mostra" o que aconteceu. Embora isso seja legal na teoria, os itens a serem encontrados geralmente estão literalmente no meio do caminho; é menos investigação e mais 'ir até o final da fase e voltar', o que não significa que seja ruim, só não foi bem aproveitado. No seu tempo livre, você geralmente tem um lugar para ir e um tempo para chegar lá, mas relaxe: se o jogo diz que você tem que chegar no hospital em três horas, você tem LITERALMENTE três horas de verdade para explorar a cidade.
A história e o humor do jogo são os pontos fortes, de longe. Francis York Morgan é o personagem de videogame mais legal dos últimos tempos: ele é esquizofrênico e tem dupla personalidade(o Zach que eu mencionei na introdução só existe na cabeça dele), e tem hábitos bizarros. Ele fuma muito, conversa com sua personalidade imaginária na frente de outras pessoas e fala sobre casos anteriores, muitas vezes envolvendo estupro e morte, enquanto todo mundo está jantando. Os habitantes da cidade são todos malucos ao extremo, e explorar suas personalidades é uma das coisas mais divertidas que eu já vi em um jogo. A história começa relativamente boba, mas à medida que você descobre fatos importantes e progride, a história fica cada vez mais legal, culminando em últimos capítulos completamente épicos. Uma curiosidade: cada letra do alfabeto tem um, e só um, nome representado no jogo(por exemplo, Anna Graham, Becky Ames, Carol MacLaine, Diane Ames, Emily Wyatt, Francis York, George Woodman, etc).
Deputy Emily Wyatt é simplesmente impecável. |
O gameplay é, em uma palavra, tosco. York tem movimentos meio quadrados, os inimigos reagem estranhamente quando tomam tiros, o esquema de mira é rústico e controlar os carros na cidade é um exercício de paciência à parte. Os gráficos também não são lá grande coisa. Tirando as skins dos personagens e os cenários da cidade, tudo tem cara de jogo antigo de Xbox 360, e as animações são quadradas e toscas. Se você quer puramente gameplay, fique longe de DP, mas se for pela história você consegue superar as tosqueiras aqui. Já a trilha sonora é excelente; uma das melhores que eu ouvi ultimamente. Tirando que a escolha de músicas é estranha ao extremo(músicas felizes tocando em autópsias e tal), todas são muito legais, e a música do main menu(The Woods and the Goddess) e a theme assobiada do jogo, Life is Beautiful, são clássicos instantâneos.
Com mais de 20 horas de jogo, 65 cartas escondidas, mais de 50 sidequests e vários minigames para passar o tempo, Deadly Premonition é certeza de agradar, principalmente por custar apenas 50-60 reais novo e original. Não espere muito(ou quase nada) do gameplay, mas a história realmente vale a pena, genial e intrigante. Recomendado ao extremo.
A arte do manual e do DVD também é foda. |
PONTUAÇÃO:
Gráficos:6
Som: 9
História: 10
Gameplay: 4
Fator Replay: 8
NOTA: 9/10 - ESCOLHA DO EDITOR
Realmente um jogo surpreendente. Mas é preciso um pouco de paciência para poder conseguir "degustá-lo".